ARQUITETANDO POR AÍ

ARQUITETANDO POR AÍ
O assunto aqui é transformar rotinas engessadas, visando a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. Mas, como assim? Alinhando conhecimentos arquitetônicos a técnicas de organização, espaços residenciais ou comerciais são reestruturados com custo bem inferior ao imaginado. Independente do tamanho da sua necessidade, conheça um pouco dessa história e encontre respostas. Aguardo você...

14/04/2013

TÉDIO CRIATIVO


"Tudo isso nascia do tédio. Do nada-pra-fazer."




Correndo um grande risco de me tornar repetitiva, preciso registrar uma convicção: VIVER É UM TRABALHO DE EQUIPE. E tendo isso como base, seguem os dias de infindável construção do ARQUITETANDO POR AÍ e da vida. Assim, chega a vez de Beth Pires nos apresentar o maravilhoso texto AS CRIANÇAS PRECISAM DE MAIS TÉDIO da carioca Paula Abreu. Conheçam, não só, uma escritora espetacular como, também, um ser humano de extrema coragem. Vamos conferir!? Muito, muito obrigada, Beth Pires...





As crianças precisam de mais tédio


Desde que comecei a falar e escrever sobre minimalismo e desapego, várias pessoas me perguntaram como implementar essa filosofia de vida se você tem filhos.  Acho que a questão da simplicidade, quando vista sob o foco dos filhos e da infãncia, é muito maior do que somente jogar brinquedos fora.
As pessoas hoje querem que seus filhos tenham sucesso e, como ninguém sabe muito bem o que é sucesso - porque ninguém para e se questiona - colocam os filhos para fazer mil e uma atividades: inglês, espanhol, natação, balé, jazz, capoeira, judô. Nas (poucas) horas vagas, marcam playdates com amigos.
As crianças têm mais atividades do que conseguem dar conta, mais brinquedos do que conseguem administrar, mais livros do que conseguem ler, mais desenhos pra assistir na TV do que conseguem acompanhar.
Quando lembro da minha infância, sempre me divirto com lembranças das minhas muitas brincadeiras inventadas, da minha incontrolável criatividade. Eu fazia desenhos e saía vendendo pros vizinhos (e voltava pra casa cheia de dinheiro, para espanto da minha mãe), criava peças de teatro que encenava com os amigosdo prédio e vendia ingressos para as crianças do bairro, escrevia livros, desenhava as capas, contruía cabanas.
Tudo isso nascia do tédio. Do nada-pra-fazer. De sentar na escada da casa dos meus avós com um copo cheio de água com detergente e um canudo e, depois de uma hora, me cansar de fazer bolha de sabão.
Criar minhas próprias histórias, minhas brincadeiras, meus livros, minhas peças, tudo isso era bom para a minha auto-estima, eu me sentia super poderosa, capaz de criar coisas do nada, de me entreter e entreter meus amigos. 
A gente tem hoje a sensação de que as crianças já nascem mais espertas, sabendo mais, que crescem e se desenvolvem muito rápido, que viram adolescentes com 10 anos de idade, mas somos nós que estamos causando isso. Nós estamos matando a infância.
Estamos gerando adolescentese jovens que não conseguem parar cinco minutos pra pensar numa resposta de uma questão ou problema: correm para o Google - vi isso em muitos estagiários meus.
Pior: sem poder explorar mundos desconhecidos, criar suas próprias brincadeiras e brinquedos, inventar suas próprias atividades, as crianças perdem também a oportunidade de descobrir quais as suas verdadeiras paixões. E é daí que surgem os adolescentes que não sabem o que querem fazer da vida: de uma infância em que nunca se teve a chance e a permissão de se experimentar.
As crianças não precisam de mais atividade, nem mais brinquedos, nem mais livros, nem mais canai de tevê. As crianças precisam de tempo - não me canso de falar desse bem tão precioso e não-renovável. Tempo pra ficar sozinhas, tempo pra refletir sobre suas dúvidas, suas emoções, suas dificuldades, tempo pra encontrar suas próprias soluções. As crianças precisam de mais tédio. Depois de dez, vinte minutos de tédio, acredite, elas vão ser criativas, inivadoras, vão encontrar algo pra fazer.
E isso vai fazer delas "bem sucedidas" não só no sentido mais prático - e talvez besta - de passar no vestibular ou arrumar um emprego, mas num sentido mais profundo, de ter valores melhores, ser pessoas melhores, ser melhores pais e mães, ser mais felizes.


Paula Abreu




"ATENÇÃO!! O "nada-pra-fazer" pode resultar em ideias muito diferentes. Todo cuidado é pouco. Seguem imagens extremamente fortes...




Corrida c/ embalagem de ovos - COMPETIÇÕES


Jogo da velha personalizado - CAMPEONATOS


Pedras pintadas - FEIRAS DE ARTESANATO


Personagem em papel - HISTÓRIAS DIVERSAS


Bonecos c/ caixa de leite - TEATROS DE FANTOCHES


Seleção de brinquedos usados - FEIRAS DE TROCA


Cofre de garrafa pet - ADMINISTRADORES DA TURMA




Sempre que encontro algo interessante da autoria de terceiros para a apresentação aqui no ARQUITETANDO POR AÍ, além de copiar e colar, tenho a preocupação de deixar a fonte e/ou o link para que os interessados possam estender um pouco as suas pesquisas. Contudo, diante do texto encontrado ao final do ESCOLHA SUA VIDA, site da coach Paula Abreu, é necessário proceder de forma diferente. Considerando os interesses na área de organizaçã, sempre objetivando a melhoria das nossas rotinas, defendo, "com unhas e dentes", o desapego. Sabendo disso, atentem para a reprodução:

Uncopyright - Todo o conteúdo deste site está no domínio público. Abro mão de quaisquer direitos de uso sobre meu trabalho. Se você quiser usar meu conteúdo, não se preocupe em me escrever pedindo permissão. Aqui está ela: use como quiser, mande para amigos, imprima e cole por aí, copie no seu blog ou site à vontade. Se puder colocar os créditos e link para o meu site, fico agradecida. Mas não exijo isso. Meu objetivo é transmitir estas mensagens para o maior número de leitores possível, então, estou desapegando - dentre tantas outras coisas - do meus direitos.

Uncopyright?? Isso existe, de verdade, Paula Abreu!? Acho que agora, sim!! Nada mais apropriado para a sua inovadora proposta. PARABÉNS...





Fonte Imagens: INTERNET

2 comentários:

  1. Pat, o agradecimento é meu em poder ver este artigo, tão bem escrito, sendo amplamente divulgado. A Paula Abreu foi brilhante em nos relembrar como o menos pode ser mais. Adorei tudo! Beijo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quanta atenção, Beth!! Durante a semana, recebi um vídeo muito interessante. Para descrevê-lo, a seguinte inscrição: "O simples pode ser genial!" Assim que conheci o ESCOLHA A SUA VIDA, site de Paula Abreu, lembrei da frase. Os agradecimentos serão eternos por apresentar-nos a esse ser visionário e muito ousado. Precisamos de mais Paulas!! Bom domingo... Bjão, parceira!!

      Excluir

Deixe aqui seu comentário...