ARQUITETANDO POR AÍ

ARQUITETANDO POR AÍ
O assunto aqui é transformar rotinas engessadas, visando a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. Mas, como assim? Alinhando conhecimentos arquitetônicos a técnicas de organização, espaços residenciais ou comerciais são reestruturados com custo bem inferior ao imaginado. Independente do tamanho da sua necessidade, conheça um pouco dessa história e encontre respostas. Aguardo você...

30/08/2015

UM BELO DIA RESOLVI MUDAR...







Não é segredo algum a grande admiração que tenho por amigas retadas. Ou melhor, mulheres retadas de uma maneira geral. E ao final de uma tarde cheinha de trabalho, sem saber ao certo de quem se tratava, recebo uma ligação no celular. Segundo a voz, muito segura do lado de lá, tendo visto alguns comentários positivos sobre o ARQUITETANDO POR AÍ num grupo do facebook, desejava agendar uma visita técnica. Lamentando não termos podido atendê-la prontamente, sugeriu ficar no aguardo de uma possível desistência ao longo da semana. Pelo pouco que conversamos, minhas suspeitas aumentaram: mais uma mulher retada. E, logo depois de invadirmos sua casa, tudo virou certeza.
Como já havia nos relatado por meios virtuais, precisava se reorganizar. Com essa finalidade, passou 7 dias, mais precisamente 14 turnos, colada conosco para tudo. Remexeu, selecionou, encaixotou e descartou tudo que não lhe era mais útil, num desprendimento de dar inveja. Enquanto cada item em desuso ia sendo separado, percebíamos que o seu destino já estava traçado, sempre visando o favorececimento de outros. Passado pouco tempo, sua coragem, perseverança e determinação haviam nos conquistado para sempre. Em 24 anos de arquiteta e 3 de organizadora, jamais tinha visto uma cliente se desviar da vida profissional, objetivando melhorar o dia a dia da sua família, daquela forma linda. 
Assim, correndo contra o tempo, mergulhadas nos costumes de cada membro dessa família especial, passados 7 dias de trabalho duro, porém muito gratificantes, concluímos, JUNTAS, a referida organização. Cansadas, realizadas e muito saudosas, nos despedimos de todos levando a sensação de dever cumprido. Ela, de faixa ortopédica e fazendo uso de medicação para aliviar as dores na coluna, parecia mais realizada que nós três juntas. Antes mesmo que pudéssemos chegar em casa, o sucesso do seu projeto junto com elogios ao nosso trabalho, já estavam nas redes sociais. Então, por unanimidade, nosso agradecimento virou post. Ai, se por trás de toda família existisse uma mulher retada...

 
 
 
Antes
 
Depois
 
 
 
 
Antes
 
Depois




Antes

Depois




Antes

Depois




Antes

Depois




Antes

Depois




Tendo-a o tempo todo conosco, fora raras ausências para compra de material destinado à organização, conseguimos não só melhorar o que já existia, como criar novas estratégias para uso de itens, antes, esquecidos. Mesmo diante de algumas dificuldades, facilitar a rotina de todos eles nunca deixou de ser o nosso principal objetivo. Então, usando alguns exemplos introduzidos no dia a dia dessa família, deixamos algumas dicas simples de como otimizar espaços, economizar tempo e simplificar a vida. Depois de tudo, é importantíssimo ressaltar que, com todas as minhas suspeitas confirmadas, renovo uma antiga convicção: coragem é tudo. Precisando de ajuda, nós da pmg, estaremos sempre aqui! 





Porta bijoux

Com pequenos ganchos em alumínio, todos os colares puderam ficar expostos, facilitando não só o manuseio, como o processo de escolha.




Gavetas de shorts

Utilizando uma disposição escalonada, numa único movimento de abertura da gaveta todos os itens podem ser visualizados ao mesmo tempo.




Espaço p/ blusas em cabides

Se os armários têm a mesma altura de cabideiro, no feminino, certamente, sobrará espaço para caixas organizadoras transparentes. 




Gaveta de t-shirts

Para trabalhar a autonomia dos pequenos, que tal deixá-los escolher o que usar? Façam a dobra menor e acomodem todas as t-shirts na vertical.




Armário para brinquedos

Diante de um compartimento fechado, armazenem brinquedos maiores. Facilita a visualização, o manuseio e o retorno após as brincadeiras.




Gavetas de remédios

Em um único compartimento, pode-se reunir todos os remédios da casa. O objetivo é ter uma boa visualização dos itens. Mas, atenção à validade.




Espaço p/ camisas em cabides

Organizar as camisas masculinas em cabides iguais e em degradê de tons pode parecer tolice? Ajam e aguardem muitos benefícios! Eles virão...




Obs.: Curiosos para saberem como surgiu a pmg? Não é pra menos! Uma história de Deus. Aguardem o post do próximo domingo. Com muito prazer, darei espaço à uma escritora de peso. Capricha, Marília Adan!





Fonte imagens: ARQUIVO PROFISSIONAL

23/08/2015

ENTENDEU OU QUER QUE DESENHE?



Caos no final da Magalhães Neto...




No final da manhã do último sábado, saindo de uma organização, pego minha filha na escola e vamos em direção ao Colégio Integral na orla da Pituba. Com horário apertadíssimo para almoçar e retornar à tarefa da manhã, percebo um engarrafamento fenomenal. "Terá sido algum acidente?", pensei. Nada disso. Apenas a manutenção de toda a rede elétrica da região.  E os costumeiro 15/20 minutos até a nossa residência viraram 60. Que absurdo! Estamos, mesmo, entregues à Deus. Oremos.
O fato é que, durante o processo de volta pra casa, recebo a ligação de uma cliente muito querida. Parecendo intranquila, tentava vencer mais uma das muitas tarefas antes da mudança para o seu apartamento novo. Enquanto presa no citado congestionamento, nos falamos algumas vezes. Foi quando a minha filha perguntou a razão de não dizê-la que estava dirigindo. Expliquei que, ainda que muitos discordem, para mim, o cliente é o rei. Não que ele tenha sempre razão, mas deve ser tratado como tal. 
Assim, percebendo a sua aflição, ambas sem o projeto em mãos, tentamos resolver a questão por meios virtuais. Após um desgaste grande, muito mais dela do que meu, finalizamos a ligação. Involuntariamente, veio-me uma célebre pergunta a mente. "Entendeu ou quer que desenhe?", teria dito, pessoalmente, para descontrair um pouco. E um desenho era tudo que precisávamos naquele momento. Angustiada por não ter conseguido atendê-la da forma que merecia, veio-me uma ideia bastante diferente.





Layout para mudança




Há alguns meses, consciente das mudanças, ela nos havia exposto a necessidade de aproveitamento dos móveis existentes. E logo percebeu que, excetuando-se os itens fixos e as camas dos meninos, após uma repaginada da pmg, tudo seria aproveitado. Então, ainda no engarrafamento, angustiada, lembrei de uma possibilidade de ajuda para o dia da mudança. Ainda que provisória, por que não produzirmos uma planta de layout direcionada ao recebimento dos móveis? E assim foi...
 
 
 
 
 
Fonte Imagens: INTERNET/ARQUIVO PROFISSIONAL     

16/08/2015

XÔ INÉRCIA!



Montagem by Marília Adan




Caso "viver é um trabalho de equipe" não fosse a minha afirmação predileta, "sempre podemos fazer algo", certamente, ocuparia o seu lugar. E foi nessa vibe, em reunião com amigas, que, para surpresa de todas, precisei fazer uso da segunda. Sabem aqueles períodos, normalmente, após alguma cassetada, quando, lá no fundo do poço, pensamos termos sido dominados pela inércia!? Eu não. Nessas ocasiões, sem dar chance à fraqueza, penso: o que posso fazer para amenizar, mudar ou resolver essa situação!? E, por mais esdrúxulas que as ações possam parecer, de alguma forma, sempre nos desviam do caminho poço abaixo.
Como o processo de qualquer organização segue um padrão parecido com o acima descrito, fica proibido deixar a inércia se instalar. Sou, posso e consigo é o que deve ser mentalizado diante das dificuldades. Então, em pleno domingo, 16 de agosto, após cumprido o nosso compromisso com o pais, optem pela organização. Qualquer pequena ação já fará diferença. Como o dia tem 24 horas, nada mais justo que usar poucas delas em prol das nossas rotinas. Aqui, a meta  é o caótico armário das estudantes que mesmo não lembrando que chegamos na deadline, a ação vai acontecer. Mas, só após o nosso compromisso. Fomos protestar...
 
 
 
 
 
Fonte imagem: ACERVO MARÍLIA ADAN

09/08/2015

PAI EM TEMPO DE CRISE



Caixas de sapatos/Organizador de mesa




Dia desses, a caminho de alguma aula, presas em mais um congestionamento na cidade,  fiz uma séria declaração às duas filhas. Elas, que sempre testaram o meu controle na direção com perguntas e opiniões inimagináveis, muitas vezes a 80km/h, ficaram em choque quando declarei ter inveja das duas. "Como assim!?", perguntaram em coro. E eu, rindo por dentro, respondi: "Queria ter um pai igual ao de vocês!!" Rimos muito e passamos a resgatar situações às quais ele, muitas vezes de braços dados com o famoso "mico", já havia se submetido para satisfazer desejos delas, sem jamais esquecer o seu papel de educador.
Então, para esse PAI com todas as letras maiúsculas, exemplo de caráter, presença, dedicação e amor, ainda que não seja sua filha, minha homenagem segue em forma de post. Que as ideias simples e de custo quase zero apresentadas, gentilmente cedidas pelos gênios criativos da internet,  possam inspirá-lo a prosseguir apesar de todas as crises que a vida insista em impor. O que quero dizer com isso?? Muito simples!! Diante de dificuldades, sempre podemos fazer alguma coisa. Ainda que leve tempo, com criatividade e atitude, não há obstáculo que não possa ser vencido. Esperando o quê?? Mãos à obra!! Feliz Dia dos Pais!! 




Latas de leite/Porta toalhas



Blocos de concreto/Criado mudo



Talheres avulsos/Porta toalhas de prato



Peças de cavalete/Apoio sala



Caixote de frutas/Mesa de apoio



Forma para gelo/Porta bijou





Fonte imagens: INTERNET

02/08/2015

 OXIGÊNIO E AMOR



"O essencial é invisível aos olhos."
Antoine de Saint-Exupéry





Às vésperas do niver da leonina mais intensa que já conheci, sem ideia nenhuma, abro o notebook em busca de inspiração para o post de hoje. Lembrando, também, da cobrança recente de uma amiga assídua aqui no ARQUITETANDO POR AÍ, procurei pelas crônicas novas da escritora Martha Medeiros. E, para minha surpresa, a primeira da lista de sugestões do google trazia o curioso título: "Casa comigo". Romântica desde sempre, logo interessei-me. Mas, à medida que avançava no texto, só lembrava da leonina acima citada e seu coração TRANSBORDANTE de amor...           




Casa comigo

Os dois namorados estavam dentro do carro, à noite, estacionados em frente ao prédio da excelentíssima, discutindo a relação. Discutindo mesmo, aos berros, brigando. Em meio a algum pra mim chega!, surgiram dois meliantes armados e interromperam aquele bate-boca. Transferiram os namorados para o banco de trás e saíram em disparada com eles: sequestro relâmpago. Rodaram a cidade durante 50 minutos, fizeram saques em caixas eletrônicos, até que os levaram para um lugar ermo, no meio do mato.
Duas coronhadas, uma em cada um, rostos sangrando, mas era pouco: despiram os dois, deixando-os apenas com a roupa de baixo, e os amarraram em troncos de árvores. Não houve agressão sexual, mas não se pode dizer que foi um passeio no bosque. Em plena madrugada, abandonaram o casal imobilizado e seguiram com o carro do rapaz rumo à impunidade garantida.
Restou o silêncio. Assustados, os dois tentaram, tentaram de novo, e conseguiram, finalmente, se desamarrar. Livres, sozinhos, sem saber onde estavam, olharam um para o outro e tiveram um ataque de riso. Ele a abraçou fortemente e só conseguiu dizer duas palavras: "Casa comigo".
Aconteceu mesmo. Quem me contou, olho no olho, foi a protagonista feminina da história. Eu não conseguiria imaginar pedido de casamento mais romântico. Sem vinho, sem luz de velas e sem anel de brilhantes - um pedido movido simplesmente pela emergência da vida, pela busca de uma felicidade genuína, pela supressão da razão em detrimento da emoção verdadeira.
Estavam para morrer, os dois. Foram unidos pelo mesmo pensamento desde que foram surpreendidos por dois estranhos armados: acabou. Não tem mais por que discutir a relação. Não tem mais relação. Não tem mais manhã seguinte. Não tem mais futuro. Acabou. Que perda de tempo. Para que brigar? Para que se estressar com ciúmes, com queixas, com mágoas? Acabou.
E então descobrem que não acabou. Desamarram-se, estão nus por fora e por dentro, despidos de qualquer racionalidade, apenas aliviados com o desfecho da aventura e absolutamente tomados pela potência do que é essencial na vida. O amor.
Casa comigo.
Estão casados há 10 anos. Não sei se plenamente felizes. É provável que os motivos dos ciúmes e das queixas e de tudo aquilo que explodiu naquela discussão dentro do carro antes do sequestro tenha se repetido outras vezes. A realidade impõe os seus caprichos. Obriga a gente a pensar e manter a sanidade. Maldita sanidade.
Mas houve um momento em que eles não pensaram. Só sentiram. Sentiram tudo. Sentiram sem amarras. Sentiram soltos. Sentiram livres. Pura emoção. E a emoção se impôs: casa comigo. Tiveram os piores padrinhos do mundo: a violência e o medo. Mas que beijo deve ter sido dado ali no meio do nada.

Martha Medeiros - Zero Hora - abril/2014
O caso é tão verídico que já esteve em pautas de importantes programas de tv. E, para reforçar o pensamento de Martha, nada melhor que a famosa hashtag, #oamoréosentimentomaisnecessáriodomundo, muito usada pela aniversariante mencionada. Quantos de nós, "despidos de qualquer racionalidade", quando o destino bagunça as nossas organizações, ainda conseguem se lembrar do amor? Difícil saber. Então, fora o perigo, é, exatamente, isso que desejo à minha irmã de alma. Diante da sua outra metade, nada pode ser mais importante que oxigênio e amor, Sis! 



Fonte imegem: INTERNET